O Roteiro das Freguesias do Barreiro teve início ontem, dia 7 de fevereiro, com uma visita do Executivo Municipal ao Centro Social e Paroquial Padre Abílio Mendes e uma conversa com Delegados de Turma e Associação de Estudantes da Escola Secundária Alfredo da Silva. No primeiro dia do Roteiro, os Autarcas do Barreiro reuniram ainda com proprietários de bares, restaurantes e cafés do Barreiro Antigo e com representantes de coletividades da mesma zona da cidade.

Na conversa com os alunos, as questões mais colocadas relacionaram-se com os atrasos nas carreiras dos Transportes Coletivos do Barreiro (TCB) e o aumento do Passe 4_18@escola.tp.

Carlos Humberto de Carvalho, Presidente da Câmara Municipal do Barreiro (CMB) salientou que “poucas terras no País têm este excelente serviço”, reconhecendo, no entanto, que, apesar da sua importante função social, é um serviço que tem problemas. Informou os alunos que, por parte do Poder Central não existe transferência de verbas para os TCB, sendo a Autarquia a transferir anualmente cerca de 1 milhão e 500 mil euros.

Rui Lopo, Vereador responsável pelos TCB, explicou que o incumprimento de horários das carreiras 14 e 15 deve-se ao condicionamento de trânsito na Avenida Bento Gonçalves e que será ultrapassado com o fim das obras.

O Vereador explicou também que o Passe 4_18@escola.tp bem com o Passe Sub 23 foram instituídos pelo Governo, sendo que os TCB aderiram. Desta forma, não é responsabilidade dos TCB a redução para 25% do desconto destes passes.

A necessidade de obras de recuperação na escola foi outra preocupação abordada pelos alunos, tendo inclusive em conta que aquele é um edifício histórico. Concordando com os alunos, o Presidente da CMB lembrou, porém, que a Autarquia tem apenas responsabilidade relativamente ao 1º ciclo do ensino básico. Salientou que, à semelhança do que aconteceu na Escola Secundária de Santo André, estava prevista a recuperação da Escola Alfredo da Silva, pela empresa constituída pelo Governo, Parque Escolar. Carlos Humberto de Carvalho referiu inclusive que estava prevista a construção de uma zona com várias valências desportivas que iria servir a escola e a comunidade.

“Continuaremos a exigir a recuperação do edifício”, salientou o Presidente da CMB.

Os alunos falaram também sobre a carência no Concelho de um Skate Parque. Regina Janeiro, Vereadora responsável pela Educação e Desporto, referiu que a Autarquia estava a equacionar a possibilidade de recuperação do Skate Parque do Parque da Cidade e a construção de um novo na Quinta da Mina, Freguesia de Santo António da Charneca. “Mas com as condições económicas atuais não podemos garantir que sejam concretizados”.

Carlos Humberto de Carvalho terminou a conversa com os alunos referindo que, apesar de vários aspetos a melhorar, “gostamos muito da nossa terra”. Salientou a tradição de trabalho, de luta, de intervenção na defesa dos direitos e interesses do Concelho.

“O Barreiro, como qualquer terra no Mundo, precisa de ser construída pelas pessoas que cá vivem”. O Presidente da CMB fez um apelo aos estudantes: “Ajudem-nos a construir um Barreiro melhor! Precisamos que os setores mais jovens da população tenham uma intervenção ativa em diversas áreas”.

União das coletividades no combate à crise

O Presidente da Junta de Freguesia do Barreiro, Raul Malacão, a Vice-Presidente da CMB, Sofia Martins, e os vereadores Regina Janeiro e Rui Lopo reuniram ontem, dia 7 de fevereiro, com clubes e coletividades da Freguesia do Barreiro no sentido de auscultar os principais problemas vividos atualmente pelo Movimento Associativo (MA), mas principalmente tentar encontrar soluções que revitalizem as associações.

Na reunião, os representantes das associações assumiram que as dificuldades são muitas, mesmo em termos de manutenção dos edifícios, e que há necessidade de atrair atualmente mais população para o MA.

Reconheceram que é necessária a união de todo o MA para ultrapassar este momento mais difícil, realizando atividades em comum e tentando envolver os setores mais jovens da população, nomeadamente através da divulgação de eventos nas escolas do Concelho.

Sofia Martins lembrou a importância no MA no Barreiro na luta pela Democracia e salientou que, nos próximos tempos, esta importância ainda deverá ser superior, tendo em conta a fragilização da sociedade.

Considera que “é nestas épocas que temos de continuar a tentar abrir todas as portas possíveis e imaginárias, não desistindo”, incentivando o trabalho em conjunto.

Referiu ainda que a Autarquia tem trabalhado sempre com o MA, na cultura, no enriquecimento curricular e noutras áreas. “São políticas de gestão que fazem a diferença entre manter ou não um MA rico tal como temos”.

A Vereadora responsável pelo MA, Regina Janeiro, salientou que este é um dos momentos mais difíceis vividos pelas coletividades. No entanto, “creio que o MA cresceu sempre em épocas de crise e foi dando às pessoas o que não encontravam noutros espaços. Esta tem de continuar a ser a estratégia do MA”. E lembrou que “não há nenhum Concelho com a dinâmica que o Barreiro tem em termos de MA”.

Regina Janeiro deu como exemplo o Metal Fest na Sociedade Filarmónica Agrícola Lavradiense, como forma de cativar os projetos jovens para as coletividades.

Considera ainda que os “bares são um grande cartão-de-visita das coletividades” e há que torná-los mais apelativos à população, nomeadamente à comunidade educativa.

Rui Lopo lembrou que, apesar da crise vivida, há a possibilidade de criação de alguns investimentos para o Barreiro que podem revitalizar o Concelho a nível económico e social.

Falou sobre o Plano de Urbanização da Quimiparque e Áreas Envolventes que irá entrar em fase formal de concertação, da possibilidade de construção da ponte Barreiro-Montijo, da hipótese em avançar com a Candidatura REPARA para a requalificação da frente ribeirinha e da possível instalação no Concelho de uma grande empresa da área alimentar que poderá criar muitos postos de trabalho.

“Podem surgir um conjunto de oportunidades que temos de saber agarrar. O MA também tem de saber lidar com estas oportunidades”.

Por último, Raul Malacão lembrou que o encerramento das fábricas, o desemprego, a perda de população no Concelho foram fatores cruciais para o afastamento da população das coletividades, considerando que os trabalhadores da Companhia União Fabril, bem como do Caminho-de-Ferro “eram a força do MA”.

A programação dos restantes dias do Roteiro das Freguesias do Barreiro é a seguinte:

9 de fevereiro

9h30 – Visita ao Externato O Início (SDUB Os Franceses) e ao Centro de Acolhimento da Santa Casa da Misericórdia

11h00 – Visita ao Centro da Cidade

15h00 – Visita à Unidade de Saúde Pública (antiga Delegação de Saúde) e à Unidade de Saúde Pública Familiar na Rua Eça de Queiroz

16h30 – Visita ao Comércio Tradicional e ao Forum Barreiro

10 de fevereiro

14h30 – Visita à Escola Básica José Joaquim Rita Seixas e Conversa com Alunos do 4º ano

16h00 – Visita ao Comércio Tradicional

13 de fevereiro

9h00 – Visita ao Centro de Respostas Integradas da Península de Setúbal – Equipa de Tratamento do Barreiro

9h45 – Visita a Creches e Jardins de Infância: Colégio Minerva, Instituto Ferroviários, Colmeia, Centro de Animação Infantil Comunitário e O Operário

17h00 – Visita ao Barreiro das Palmeiras

CMB 2012-02-08