LICÕES DE MESTRE 8

LICÕES DE MESTRE 8

      O Chefe Marta foi convocado para a sua última missão aos 90 anos.

      Foi Bombeiro Voluntário do Barreiro, servindo a sua população, no Corpo de Salvação Pública.

      Era um homem do Povo, de uma simplicidade impressionante, mas toda a sua vida foi uma autêntica Lição de Mestre.

      Obrigado Chefe Marta, pelo seu exemplo, pela sua dedicação, pelo seu amor ao próximo, aos barreirenses.

      A população do Barreiro sempre lhe esteve grata, tendo sido condecorado em 1941 pelos serviços prestados à população do Barreiro.

      Três anos depois, em 1944, foi condecorado com a Medalha de Mérito da Associação.

      Em 1951 a Câmara Municipal do Barreiro condecorou-o com a Medalha de Cobre e em 1984 com a Medalha de Ouro.

      Nesse mesmo ano, 1984, foi condecorado com a Medalha Coragem, Abnegação e Serviços Distintos de 2 estrelas.

      Estas medalhas, reconhecimento, estiveram no peito do Chefe Marta.

      Medalhas ganham-se (nem todas) com esforço e muita luta, mas para estas bastou abnegação e vontade de servir os outros.

      O Chefe Marta passou ao Quadro Honorário em 1981, mas nunca esqueceu a sua escola de vida, os bombeiros, soldados da paz.

      É bom recordar alguns louvores que ao longo da sua vida foi granjeando.

      Em 1945 foi elogiado pela prontidão da comparência no desastre ocorrido no colector geral de abastecimento de água.

      Em 1946 louvado pela abnegação e coragem no incêndio da Fabrica da Companhia União Fabril e também pela coragem e espírito de sacrifício demonstrado no combate ao incêndio numa fabrica de cortiça no Montijo e de igual modo no violento incêndio noutra fabrica de cortiça esta na Cova da Piedade.

      Em 1978 louvado pela acção competente que demonstrou no incêndio que destruiu o Clube 22 de Novembro e em 1980 pela firmeza e coragem no combate a incêndio na Escola Mendonça Furtado.

      Em 1988 foi louvado pelo espírito e esforço demonstrado no incêndio da Baixa Pombalina e ainda pela participação em incêndios um pouco por todo o País – Sertã, Monção, Abrantes, Serra de Sintra entre, outros.

      Foi uma vida cheia, de coragem, abnegação, espírito de sacrifício, competência, posta ao serviço dos outros.

      Na sua partida, todo o Corpo de Salvação Pública, e a solidariedade de outras corporações, destaque para o Sul e Sueste, esteve presente numa comovente cerimónia (vi um vereador da C.M. do Barreiro presente).

      Aqui fica o meu respeito e registo da vida de um homem do povo que se guindou ao mais alto reconhecimento dos seus iguais.

      Este exemplo de vida merecerá da parte da nossa imprensa local, pelo menos, igual destaque ao buraco da rua que a nossa Câmara não tapou em devido tempo? Aguardemos.

     Salve, Mestre Chefe Marta.

 Aos 19 de Janeiro de 2011

NUNO SOARES

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