REMOÇÃO DE RESÍDUOS PERIGOSOS JÁ COMEÇOU

REMOÇÃO DE RESÍDUOS PERIGOSOS JÁ COMEÇOU

Ministra do Ambiente defende que esta acção irá promover desenvolvimento do País 

A 8 de Fevereiro, iniciaram os trabalhos de remoção de resíduos perigosos (lamas de Zinco) do território da Baía do Tejo (Quimiparque). Uma intervenção orçada em mais de quatro milhões de euros, que se prolongará até Junho deste ano. A Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Dulce Álvaro Pássaro, esteve presente na cerimónia que assinalou o início dos trabalhos e defendeu que esta acção irá promover o desenvolvimento do País.

Na ocasião, estiveram presentes os presidentes das Câmaras Municipais do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho e do Seixal, Alfredo Monteiro, os representantes do Governo Civil de Setúbal, da Sociedade Arco Ribeirinho Sul, da Simarsul, Parque Expo e Quimitécnica, o deputado da Assembleia da República, Eduardo Cabrita, a Vice-Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Sofia Martins e os vereadores Rui Lopo, responsável pela área do Planeamento, Regina Janeiro, responsável pela área sociocultural, Nuno Banza, responsável pela área do Ambiente, e inúmeros autarcas do Concelho do Barreiro.  

Para Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Dulce Álvaro Pássaro foi muito gratificante estar presente na ocasião. Recordou a primeira vez que ali esteve, há 20 anos. “Era um tempo em que no nosso País se promovia a actividade industrial para o desenvolvimento do País, mas não era tida em conta a sustentabilidade ambiental”.

Recordou a sua experiência no âmbito da construção da Expo 98 e afirmou que, na sua opinião, é fundamental que as acções sejam precedidas de avaliação de risco.

Este momento constitui um dos primeiros passos, pois segundo Dulce Pássaro “já foram assumidas decisões importantes desde logo a criação das sociedades que permitem intervenções articuladas desta natureza, como é o caso da Baía Tejo e do Arco Ribeirinho Sul, uma sociedade com um projecto ambicioso e motivante que vai permitir que a margem sul do Tejo seja uma zona com elevadíssimos contributos para o desenvolvimento do País”.

Foram, igualmente, constituída a ACE’s (conjunto de três empresas) para o desenvolvimento de todas estas iniciativas necessárias à descontaminação.  

Dulce Pássaro está convicta que estas acções irão promover o desenvolvimento do País. “Intervenções desta natureza vão contribuir para a criação de prestação de serviços, haverá muito trabalho e criação de riqueza”.

“Temos uma ambição profunda de servir o nosso País”

Carlos Humberto de Carvalho declarou ter uma profunda ambição para o Barreiro, a de “continuar a servir o País, de transformar Lisboa numa Cidade-Região e de dar condições de vida às nossas populações e a ambição de uma Área Metropolitana que cresça para sul e crie novas dinâmicas para continuar a servir o nosso País”. O início dos trabalhos de remoção de resíduos é, para o Autarca “um primeiro passo para construir este objectivo”.

O Presidente deseja transformar o território da Baía do Tejo “num pólo de dinamização de actividade económica e de geração de riqueza e de emprego”.

O Autarca deseja construir uma cidade voltada para as novas tecnologias, para as energias renováveis que tenha em atenção a actividade produtiva, a portuária, as questões da actividade lúdica recreativa e cultural, num território para “viver, trabalhar e usufruir”.

“Temos uma ambição profunda de servir o nosso País em colaboração com todas as entidades que connosco têm trabalhado”, concluiu. 

Por seu lado, Paulo Moreira da Silva, Vice-Presidente da “Baía do Tejo”, manifestou grande satisfação por estar a viver este momento. “Este é um passo enorme de um longo caminho que tem vindo a ser percorrido”.

Informou que a Baía do Tejo tem a gestão dos territórios da Quimiparque, no Barreiro, da Siderurgia Nacional, no Seixal, da Lisnave, em Almada e do parque empresarial de Estarreja. Desde cedo, referiu, se colocou o desafio de requalificar estes quatro territórios.

Aproveitou a oportunidade para agradecer a todos os que têm colaborado nesta missão, “em especial a várias instituições ligadas ao Ministério do Ambiente que sempre estiveram disponíveis para definir soluções para a conclusão deste projecto”.

Estudo de descontaminação dos solos em fase de conclusão

Luís Tavares, do Conselho de Administração da Baía do Tejo apresentou o trabalho “Passivos Ambientais – Um Problema em Resolução”.

Recordou os cem anos de indústria na Quimiparque e as intervenções que foram feitas, desde 1992. Desse ano a 1994 foram desenvolvidas acções de reabilitação. De 1995 a 1996, foi feita a inventariação dos resíduos, de 1996 a 2002, decorreram diversas acções de remoção de resíduos. De 2003 a 2006, foram realizados estudos de descontaminação dos solos.

Informou que se encontra em fase de conclusão um estudo ao subsolo e às águas subterrâneas. Foi constituído um agrupamento de empresas para levar a cabo estas acções, as ACE’S.

Foi feito um estudo ao nível da descontaminação dos solos, em fase de conclusão. Os trabalhos (remoção das lamas de Zinco) que iniciaram agora no terreno representam um investimento total de 4 milhões e 355 mil euros, comparticipado em 30% pela Baía do Tejo e em 70% pelo QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.

Emídio Xavier, Presidente da empresa pública EGF (Empresa Geral de Fomento, uma das empresas das ACE’S), informou que está a ser feito um trabalho sobre a avaliação do risco sobre os resíduos na Baía do Tejo, (o trabalho foi, igualmente, feito na Siderurgia Nacional). 

Foi feito o diagnóstico dos resíduos existentes: as lamas de Zinco (52.000 toneladas), as cinzas de pirite (500.000 toneladas) e o fosfogesso (1.100.000 toneladas) e foi feita a avaliação de riscos para a saúde pública. A remoção destes resíduos está orçada em 57 milhões e 612 mil euros.

Em conclusão, Emídio Xavier referiu que serão removidos os resíduos que estão à superfície, “mas não será necessária a remoção das cinzas de pirite que estão enterradas”. Estas acções devem estar concluídas até 2013.

Até ao mês de Junho, os resíduos serão transportados e tratados no Eco Parque, no centro integrado de recuperação, valorização e eliminação de resíduos perigosos (CIRVER), no concelho de Chamusca.

De referir que todos os convidados tiveram a oportunidade de assistir in loco ao início dos trabalhos.

CMB 2011-02-09

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