O Governo desenvolve uma linha de ataque contra os utentes e trabalhadores das empresas de transportes públicos, numa lógica de fazer incidir sobre estes os efeitos negativos das políticas que está a desenvolver, que têm como objectivo final a entrega deste importante sector de prestação de serviços públicos e sociais, aos privados detentores dos grandes grupos económicos/financeiros.

O aumento do custo dos bilhetes; o fim dos passes de estudantes e da terceira idade, que será um passo para aos poucos irem acabando com o passe social.

Quando o passe social foi criado, importando as melhores práticas da maioria dos países europeus, não correspondia apenas a uma medida social. Era também como uma medida nacional, garantir a mobilidade promovendo o uso generalizado do transporte público. Porque o transporte público é melhor para a qualidade vida, para a economia nacional e para as finanças do Estado.

O Secretário de Estado dos Transportes que continua a deslocar-se em viaturas pagas pelo erário público, anunciou o fim das concessões de viagem para familiares dos trabalhadores.

Só em 2011 os dois aumentos verificados nos transportes públicos somam um agravamento médio de 30%. A qualidade dos transportes e do serviço prestado pouco melhorou, foram retiradas carreiras e suprimidos horários, prejudicando cada vez mais os utentes.

Prevêem-se, com as medidas anunciadas pelo Governo e com a proposta de Orçamento de Estado para 2012, ainda mais cortes e mais aumentos dos preços, numa lógica de acabar com os serviços públicos, em que o acesso à saúde, aos transportes, à educação, é apenas para quem tem capacidade financeira para pagar.

Os utentes os trabalhadores e as populações estão a ser vítimas da mesma política que está ao serviço da troika, FMI, da EU e da banca. Por isso, nos juntamos aos trabalhadores portugueses, apelando aos utentes e populações que adiram à Greve Geral do dia 24 de Novembro.

Pelos utentes, pelas populações por Portugal, todos na Greve Geral!

Setúbal, 21 de Novembro de 2011