Inúmeras vezes, ao longo dos anos, a CPPME têm alertado, os órgãos de soberania, partidos políticos, Associações Empresariais e demais opinião pública para a gravidade das soluções que vinham sendo implementadas, que mais tarde ou mais cedo nos conduziriam ao “pântano” actual.
Os últimos dados (1º semestre e Julho) conhecidos, resultado destas politicas (e ainda sem as medidas do Governo e da Troika)* são: aumento significativo do numero de MPME´s que encerraram e redução no consumo interno.
* As medidas da Troika e do Governo, nomeadamente:
– Cortes e congelamentos nas reformas;
– Corte no subsídio de Natal;
– Aumento de taxas moderadoras e redução de isenções do SNS;
– Aumento do IMI e redução das isenções temporárias;
– Redução de 2/3 nas deduções fiscais (saúde, seguros, etc.);
– Aumento de imposto sobre veículos, incluindo os das actividades económicas;
– Criação de tributação sobre electricidade;
– Aumento da taxa de IVA na electricidade e gás de 6 para 13%;
– O eliminar de benefícios e incentivos fiscais;
– Aumento do IRC para as micro e pequenas empresas devido à extinção da taxa reduzida de 12,5%, passando a vigorar a taxa única de 25%;
– Alargamento do período de cobranças às empresas nos juros de dívidas fiscais;
– Aumento do IVA, com relevo para as situações da taxa intermédia;
– Aumentos do IRS
O Governo anunciou a antecipação dos aumentos de IVA na electricidade e gás natural para o inicio do último trimestre deste ano, estes produtos essenciais à generalidade da actividade económica nacional vão ser alvo de um aumento em 17 pontos percentuais em relação à taxa de IVA, ou seja, passarão dos actuais 6%, referentes ao escalão mínimo, para a taxa máxima de 23%.
De acordo com as intenções da Troika em baixar a TSU (Taxa Social Única) das empresas, o governo tem vindo a admitir a sua intenção de mexer nas várias taxas de IVA para, desta forma, poder vir a compensar a perda de receita proveniente de tal medida. A CPPME rejeita liminarmente qualquer tipo de aumento em qualquer dos três escalões de taxa de IVA existentes em Portugal.
Relativamente à redução da TSU entendemos que, para as micro e pequenas empresas e para a sua capacidade competitiva e de sustentabilidade é muito mais favorável a extinção do PEC – Pagamento Especial por Conta e a entrega do IVA no acto do recebimento, que a dita diminuição da Taxa Social Única.
A CPPME, como organização de associações e empresas que defendem o princípio do associativismo de classe dos micro e pequenos empresários, coloca com regularidade ao poder político as suas justas propostas e reclamações, sobre a necessidade de políticas mais adequadas às Micro e Pequenas Empresas:
- – Com uma dinâmica que incremente a produção interna de produtos e bens, reduza drasticamente as importações e fomente as exportações;
- – Com medidas que concretizem o aliviar dos custos de produção nas MPME’s e com o regulamentar da distribuição comercial de forma a favorecer a produção nacional e a sua colocação no mercado.
- – Fim do pagamento especial por conta;
- – Entrega do IVA quando efectivamente cobrado;
- – Redução do IVA;
- – Redução da tributação autónoma do IRC;
- – Fim ao licenciamento de novas grandes superfícies e mega centros comerciais;
- – Encerramento do comércio ao domingo;
- – Simplificação do acesso ao crédito e spreads bancários com tecto máximo regulado;
- – Benefícios com redução de custos às MPME’s nos consumos energéticos;
- – QREN sem discriminação negativa para as micro e pequenas empresas;
- – Isenção de IMT na aquisição de imóveis para funcionamento próprio;
- – Isenção de IMI em imóveis para funcionamento próprio, nos primeiros cinco anos após a aquisição;
- – Direito a prestação social de apoio nos encerramentos forçados.
Perante as divergências com as medidas propostas pela Troika e governo, só nos resta afirmar, Portugal tem futuro! Terá contudo de afirmar a sua independência através da realização de políticas autónomas que promovam, de facto, o empreendedorismo sustentado e um verdadeiro desenvolvimento económico e social do país e dos portugueses.
CPPME
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