No dia vinte e nove do mês em epígrafe, fui, com a Dr.ª Lina Nogueira, membro da Divisão de Educação da nossa Câmara Municipal, recordar uma das “Histórias vividas do 25 de Abril” – que, em boa hora, a nossa Autarquia lançou, já neste século –, na comemoração do mais importante feito da História do Portugal Contemporâneo, no estabelecimento de ensino acima referido e onde, há quase trinta anos, tive o prazer de trabalhar durante dois.
Ainda hoje com colegas, melhor dizendo, amigas de então, uma das quais, simpática como sempre, veio ter comigo, após a sessão.
Acompanharam-nos, na actividade, as Dr.as Sónia Manata e Patrícia Piteira, nas suas turmas B e C do 5.º ano, com as quais trabalhámos em conjunto, entre as catorze e trinta e as dezasseis horas, para falar aos mais de cinquenta alunos do “meu 25 de Abril e do deles”, jovens a quem as dificuldades da vida devem preocupar os mais maduros, o que acontecerá com os familiares.
Também o fizeram, competentemente, na metodologia de uma pergunta e uma resposta de cada vez, na audição de cada interlocutor e no acompanhamento das quatro fases da actividade.
O cerne laboral foi retirado da Internet, “Texto sobre o 25 de Abril”, publicado por Carlos Marques, ou em vinte e um ou vinte e dois de Abril de dois mil e nove, às doze horas e quinze minutos. Nele fiz umas pequenas adaptações.
A temática era, obviamente, a queda da ditadura, sob o comando de Otelo Saraiva de Carvalho e saída de Salgueiro Maia de Santarém, a caminho de Lisboa, com os seus homens, militares tão corajosos como ele.
Participativos, às vezes barulhentos, intervieram, todos ou quase, após a recepção da narrativa citada em que eles poderiam, segundo as estratégias que gizei para o trabalho, fazê-lo de forma individual ou em grupos (aos pares ou até quatro, que passaram a cinco, em alguns casos, com a união de conjuntos).
Numa primeira fase, os jovens, no enquadramento descrito, leram o texto, numa segunda, discutiram-no, depois fizeram um pequeno resumo escrito e, finalmente, cada um ou cada grupo apresentou o produto.
A seguir, quiseram saber do “meu 25”, no que as professoras, embora ainda jovens, ajudaram, sob o ponto de vista histórico, bem como a Dr.ª Lina Nogueira, quando a memória me traiu.
Felizmente numa única vez.
Custou-lhes que eu tivesse vivido reprimida, durante os primeiros vinte e quatro anos; uma menina até se manifestou, ofendida e com humor, contra a falta de sanidade mental dos ditadores.
Numa palavra-chave, o 25 de Abril de 1974 foi sintetizado por um rapaz de etnia cigana, um pouco mais velho do que grande parte dos colegas, que, anteriormente, nas leituras do que tinham feito, nos dissera que ele e o companheiro, cerca da sua idade, da mesma cultura, não falavam mas sabiam muito bem o que tinham lido.
Então, de forma teatral, levantado, braços abertos, um gozo nos olhos, gritou:
– Liberdade!
Sei que muito foi feito, e bem, na nossa Democracia (escusamos de nos carpir, horas e horas, de tudo e esquecer a parte positiva devido a um bando de incompetentes que a tomou de assalto), no que realço o que melhor conheço, o Sistema Educativo.
Ainda não estará como o desejaríamos, segundo estudo estatístico recente, “Education at a Glance 2010” (OCDE) o comprova, mostrado, ontem, às nove horas e cinquenta e cinco minutos, no “Facebook” pelo meu ilustre amigo Luís Filipe Ferreira.
O Salazarismo foi o horror que sabemos; a Liberdade, gritada pelo aluno da ESAS melhorou e melhorará ainda mais as nossas escolas, os professores, os funcionários, os alunos e os conteúdos programáticos – o nosso Futuro, o País.
E teremos acertado, nessa altura, o que ainda há para fazer.
Barreiro, 10 de Maio de 2011
Manuela Fonseca *
* Colaboradora do barreiroweb.com
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