Quem tem medo de mudar vota em branco, ou abstém-se.
Os Portugueses clamam contra a situação que se vive no País, não se conseguindo decidir a quem devem ser imputadas responsabilidades pelo Estado da Nação.
Há, no entanto, pelo menos um ponto, em que toda a Sociedade Portuguesa converge: Isto está um caos.
Com sucessivas e recorrentes trocas de galhardetes, entre os políticos que nos últimos 30 anos têm governado o País, à situação actual. Embalados no sonho dourado de que somos um País da União Europeia e logo, ricos, o poder político tratou de dotar o País de imensas auto – estradas, cuja exploração entregou em contratos ruinosos e a roçar o conceito jurídico-penal de “gestão danosa”, a diversos grupos económicos, onde, com maior ou menor cargo de relevo, se encontram pessoas ligadas ao poder político.
O mundo vive como sempre viveu: numa abundância artificial e meramente aparente. Foi crescendo a vida económica de forma virtual, utilizando dinheiro que não existia. O apelo ao consumo feito de forma agressiva às famílias Portuguesas, foi estruturado não na base de uma verdadeira riqueza, mas na base do crédito.
Fomos todos incentivados a consumir, viagens, carros, compras de casa, vestuário, viagens de estudo e de finalistas para os filhos, et…etc…
Simultaneamente, foram “matando” a produção nacional. Aconteceu com o trigo, com a cultura da Beterraba e com outras culturas, as quais permitiriam diminuir as nossas compras ao estrangeiro.
Implementámos de forma rápida e eficaz as directivas comunitárias que nos foram impostas, reduzindo o sector das pescas, recebendo subsídios para queimar barcos, arrancar olival, etc..etc..
Tudo isto tendo na mira, a abundância que viria da EU. Seria a UE quem colocaria em Portugal, a preços abaixo do custo de produção nacional, tudo aquilo que nós precisávamos como povo para sobreviver. Seria através da UE que nós cresceríamos como País “Prestador de Serviços de Turismo”.
Criaram-se até algumas unidades hoteleiras dirigidas aos turistas estrangeiros com um forte poder de compra.
Como se fosse possível algum povo viver ou sobreviver, sem produzir nada.
Esqueceram-se de dizer que, mesmo os produtos que se compram na UE, mesmo sendo colocados no nosso mercado abaixo do nosso preço de custo, têm associados a eles, um outro custo que vamos todos pagar: o custo das compras ao estrangeiro.
A nossa dependência do estrangeiro foi um erro estratégico para a economia nacional e para a nossa saúde financeira.
E os erros pagam-se caros. Pelo menos, os erros dos políticos, são cobrados a alto custo, aqueles que trabalham.
Toda esta realidade é bem conhecida dos Portugueses, que, no entanto, continuam a entender, que os Senhores do Governo é que sabem o que é melhor para nós.
Continua o nosso Povo a achar que os dois políticos mais mediáticos são o melhor que nós temos.
Pobre povo este que assim vê o seu País.
Não, eu recuso-me a aceitar a inevitabilidade daquilo que é evitável.
Quando uma família se encontra com dificuldades em cumprir os seus compromissos de crédito, é-lhes aconselhado a renegociação das suas dívidas com os seus credores.
Esta premissa é válida também para os Estados. Façam-se acordos de pagamento da dívida externa com os nossos credores.
E se eles não quiserem aceitar, o que nos irá acontecer, perguntarão alguns…
Nada, não nos vai acontecer nada, porque já não há mais nada para nos acontecer.
Cortam o nosso crédito? Muito bem. Perdem um mercado de 9 milhões de consumidores.
Estarão dispostos a isso?
Expulsam-nos do sistema monetário? Não acredito que isso seja possível.
Quem não tem como pagar, tem que renegociar as suas dívidas, e depois, sem pressão dos especuladores financeiros internacionais, pôr o Pais a produzir de modo a podermos pagar as dívidas que outros fizeram em nosso nome.
Será isto uma utopia?
Será inalcançável?
Não não é. Basta que estejamos dispostos a virar o jogo a nosso favor, a favor do povo que trabalha e que com os seus impostos, suporta os devaneios e as loucuras de quem nos governa.
É tempo de mudar o rumo que seguimos, sob pena de darmos mais um passo em frente em direcção ao abismo.
Tenham a coragem de votar, mudando este rumo que o País vem traçando, pois só assim se poderá inverter a tendência para o abismo que actualmente vivemos.
Votar é um direito e um dever que custou muito sangue suor e lágrimas a conquistar.
Não o desperdicem, para depois se lamentarem de que as coisas nunca mudam, se são vocês próprios que não assumem que têm o poder de as mudar.
Dulce Reis
2 Responses to "QUEM TEM MEDO DA MUDANÇA?"
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