Vive hoje Portugal uma profunda crise económica e financeira, consequência da destruição do aparelho produtivo, promovida pelos diferentes partidos da troika (PS, PSD e CDS) que governam o País há mais de três décadas ao serviço dos grandes grupos económicos e financeiros.
Foi com surpresa e indignação, que assistimos ao surgimento de vários cartazes afixados no Barreiro referindo que é da responsabilidade do Governo e do PS alguns importantes investimentos, realizados ou em curso, no nosso Concelho.
Sobre o que pensam fazer para resolver os problemas do desemprego, da redução dos salários e pensões, como vamos criar riqueza para pagar as dívidas que contraíram e nos atiraram para a banca rota e como entregaram a gestão do País aos estrangeiros, não dizem nada. Omitem, pois sabem não ter soluções para os problemas nacionais que criaram.
Mas, clarifiquemos quem teve papel determinante para que alguns desses investimentos se concretizassem.
Sobre a ETAR Barreiro/Moita convém recordar ser um projecto elaborado pelas Comissões Administrativas do Barreiro e Moita e da então CUF, que exigiu muita luta das populações para passados 35 anos ser concretizada e sem que a Administração Central contribuísse com qualquer verba (nem um cêntimo!). Os custos são na quase totalidade suportados pelos munícipes, autarquias e fundos comunitários.
Convém não esquecer que as obras ainda não estão concluídas pois falta construir a ligação da Estação Elevatória da Av. Bento Gonçalves à Estação da Quimiparque e para reduzir os custos a suportar pelos munícipes falta realizar a separação dos esgotos pluviais dos domésticos.
Quanto à Terceira Travessia do Tejo, convém lembrar o que tem sido a luta das populações e das Autarquias do Barreiro e da Península de Setúbal (desde meados dos anos 80 do século passado) e ainda não se vislumbra a luz ao fundo do túnel (só se viram as faixas do PS em período eleitoral em 2009).
Sobre as importantes obras nas instalações da Misericórdia do Barreiro convém referir que no fundamental do investimento a realizar, 7,5 milhões euros, a participação da Administração Central segundo informação pública prestada pela Instituição, situa-se nos 10% daquela verba. Os apoios importantes da Câmara Municipal em terrenos e instalações, não são apoios?
E que dizer do facto de a Câmara Municipal ter contribuído com 150 mil euros de apoio à construção das instalações do Centro Social Padre Abílio Mendes ou ter cedido terrenos para a construção das Creches da Misericórdia, do Catica em Coina, do CASP em Palhais, do CAI em Santo André e contribuído financeiramente para as do Operário, Os Vermelhos do Bairro das Palmeiras e da dos Franceses.
Será que as obras que vão ser realizadas, ao abrigo das candidaturas aos fundos comunitários são do Poder Central? Mas quem é que elabora os projectos, quem é que tem de se endividar junto da banca para as concretizar? Do Governo não há investimento nenhum. Como se pode afirmar que são as obras da Administração Central?
Por último convém não esquecer que a dinamização de todo o processo que conduzirá à transformação dos terrenos da Quimiparque/Baía Tejo, um elemento fundamental para a recuperação económica do País, é da responsabilidade de todas as instituições envolvidas e no qual se insere a descontaminação dos solos.
O PS tem a coragem para destruir o aparelho produtivo, para não tomar medidas que o desenvolvimento exige, para adiar não se sabe para quando a construção de infraestruturas fundamentais para modernizar o País. Não têm a coragem para assumir as suas responsabilidades na política de direita praticada, querendo assumir como suas as obras que outros realizaram.
Lamentamos que por meros interesses circunstanciais se faça propaganda partidária utilizando a omissão, a demagogia e a meia verdade, não contribuindo para unir todos os barreirenses na luta pela tão necessária mudança progressista do nosso Concelho.
Consideramos ser indispensável para a concretização dos investimentos necessários ao desenvolvimento do Barreiro, que no próximo dia 5 de Junho aconteça uma forte votação na CDU.
Barreiro, 30 de Maio de 2011
O Executivo da Comissão Concelhia Barreiro do PCP
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