O monumento alusivo aos Fuzileiros foi inaugurado pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, acompanhado pelo Presidente da Câmara Municipal do Barreiro (CMB), Carlos Humberto de Carvalho, e pelo Presidente da Associação de Fuzileiros, Comandante Lhano Preto, no dia 2 de Julho, na Praça dos Fuzileiros.
A cerimónia fez parte das comemorações do 50º Aniversário da Escola de Fuzileiros e nela marcaram presença o Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Paulo Braga Lino, o Chefe de Estado Maior da Armada, Almirante José Carlos Torrado Saldanha Lopes, o Comandante Naval, Monteiro Montenegro, o Contra-Almirante, Picciochi, Comandante do Corpo de Fuzileiros, o Comandante da Escola de Fuzileiros, António Augusto Pereira Leite, o Presidente da Assembleia Municipal do Barreiro, Frederico Fernandes Pereira, os presidentes das juntas do Concelho, eleitos municipais e centenas de convidados.
Após o momento formal da inauguração (com o descerramento da placa e a bênção do Capelão da Escola de Fuzileiros), teve lugar a homenagem aos militares mortos com a colocação de uma coroa de flores junto ao monumento e a interpretação do hino dos Fuzileiros pelo Coral TAB (Trabalhadores das Autarquias do Barreiro). Seguiu-se o desfile militar acompanhado pela Banda da Armada.
“Bem-vindos ao Barreiro”, foi como o Presidente da CMB saudou todos os presentes. Apresentando o Barreiro como uma “terra, com o seu passado, o seu presente e seu futuro. Todos feitos de Resistência, Combate, Liberdade, Democracia de trabalho e de sonho”.
Um povo que, segundo o autarca, “se pode contar para a criação de mais riqueza, mais emprego, maior produtividade e mais desenvolvimento”.
Carlos Humberto de Carvalho ressalvou o “imenso respeito e consideração que sentimos ao participar nesta iniciativa. As forças armadas são um elemento central na defesa da soberania e da independência nacional”. Recordou a madrugada do 25 de Abril quando as Forças Armadas e a Marinha mostraram estar à altura desses valores.
Em relação à difícil situação económica do País, para o Presidente da CMB, “muitas das opções que estão a ser tomadas afectarão o futuro próximo da generalidade dos portugueses; no entanto acreditamos nas capacidades dos barreirenses e dos portugueses para encontrar as soluções adequadas à situação”.
Segundo o Presidente da CMB, o Barreiro pretende concretizar uma estratégia futura, “mas apenas o esforço integrado pode chegar a resultados que precisamos alcançar”, advertiu.
O conjunto de projectos existentes, uma vez concretizados, “permitirão afirmar o Barreiro, uma vez mais, como um pólo de crescimento e de progresso. Necessitamos que o antigo território da CUF (actualmente património do Estado) se reerga; para tal contamos com o apoio de muitos parceiros associados à construção da Terceira Travessia do Tejo para afirmação de Lisboa como grande Cidade – Região, com importância internacional”.
Encerrou a intervenção manifestando satisfação por estar ao lado de representantes da Marinha, da Associação e com as mais altas individualidades do Estado Português a prestar homenagem aos mais de 22 mil fuzileiros que passaram pela Escola de Fuzileiros.
Barreiro – “Uma laboriosa cidade”
O Barreiro foi definido pelo Presidente de República como uma “laboriosa cidade”, “tão ligada à Marinha e aos Descobrimentos, tanto ao nível da construção naval, como da produção de mantimentos para o abastecimento das nossas frotas”.
Aníbal Cavaco Silva proferiu uma palavra especial ao Barreiro “pela forma como tem acolhido e acarinhado os seus Fuzileiros, traduzida num forte sentimento de mútua pertença, de que todos, justamente, se orgulham”.
Saudou a união de esforços entre a Associação de Fuzileiros e a CMB que “permitiu a criação de um monumento que se perpetuará no tempo e que dá expressão ao reconhecimento do Fuzileiro como pilar de coragem, de galhardia e de respeito pelos valores pátrios”.
Dirigindo-se aos fuzileiros, o Presidente da República deixou o conselho: “mantenham este vosso espírito de corpo, espalhem esta cultura de profissionalismo e de capacidade de bem-fazer. Sem bons exemplos, não há bons seguidores, e todos temos de participar no esforço de construir um Portugal mais forte e capaz, tanto nas grandes como nas pequenas realizações do nosso dia-a-dia”.
No actual contexto económico do País, o Presidente da República proferiu palavras encorajadoras. “Os Portugueses são um povo lúcido, valente e com uma sabedoria ancestral que lhes permite, em situação de grande crise, escolher um caminho seguro rumo à estabilidade e à garantia da sua independência”.
A Origem dos Fuzileiros
Por sua vez, Lhano Preto expressou a honra que sentia pelo monumento ser inaugurado pelo Presidente da República. Segundo o Presidente da Associação, o monumento simboliza uma história com mais de 390 anos, com origem no “Terço da Armada da Coroa de Portugal”, criado em 1618.
Fez uma breve referência à história dos Fuzileiros. Mencionou as reorganizações que sofreu no século XVIII, sendo a maior quando a Rainha D. Maria I integrou na nova Brigada Real da Marinha. Em 1924, volta a ser criada uma unidade permanente de infantaria de marinha, a Brigada da Guarda Naval que, no entanto, é extinta, em 1934.
A infantaria naval só volta existir com carácter de permanência a partir de 1961 com o início da Guerra do Ultramar e com a abertura da Escola de Fuzileiros, em Vale de Zebro. “Nessa altura são criados os Destacamentos de Fuzileiros Especiais (DFE) vocacionados para missões de assalto anfíbio e as Companhias de Fuzileiros Navais (CFN) para patrulhamento e defesa de embarcações e instalações navais. Durante essa guerra e até 1975 mais de 14.000 fuzileiros combatem em Angola, Guiné e Moçambique”, referiu.
Mais tarde, os Fuzileiros marcam presença em operações internacionais de apoio à paz e de assistência humanitária nos três continentes: na Europa (Bósnia), em África, (Guiné e Cabo Verde, Angola e Congo) e na Ásia (Timor e Afeganistão).
Lhano Preto recordou a origem da Associação de Fuzileiros, criada em 1977, para a defesa dos seus princípios e valores.
Terminou a intervenção, agradecendo a todos os que permitiram a inauguração deste marco histórico.
O Monumento
A obra foi realizada pelo artista Tolentino Abegoaria, mais conhecido por “Tolentino de Lagos”, sua terra natal. É autor de inúmeros trabalhos em espaços públicos, como o monumento ao pescador da cidade de Lagos.
No monumento está inscrita a seguinte frase: “Os Fuzileiros saúdam o Barreiro e Portugal”.
De salientar que o investimento deste monumento é repartido entre a Autarquia e a Associação de Fuzileiros.
O monumento ainda não está completo. Ficam a faltar cinco pedras que representam os cinco continentes (com a gravação dos mesmos) que ficarão ligadas por uma amarra representando a ligação dos continentes através do mar.
CMB 2011-07-04
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