“Mais do que baixar os braços, importa arregaçar as mangas”, disse Carlos Humberto de Carvalho à população da freguesia
No âmbito do Projeto Municipal Participação, Democracia e Cidadania, as Opções Participadas na Freguesia da Verderena realizaram-se ontem, 19 de janeiro, à noite, no Auditório da Junta. Nesta reunião com a população, o Presidente da Câmara Municipal do Barreiro (CMB), Carlos Humberto de Carvalho, contextualizou a particular e difícil situação da Autarquia, fruto de uma diminuição profunda nas receitas do Município, mas revelou-se tão ou mais empenhado, como até aqui, na resolução dos principais problemas da Freguesia.
Em traços gerais, o Presidente do Município explicou que estas conversas que, com regularidade, acontecem nas freguesias, servem para que o Executivo possa estar mais próximo dos problemas e das pessoas, ouvindo as suas reflexões e opiniões e, em simultâneo, poder dar resposta às perguntas colocadas.
Atualmente, disse, a atividade e a intervenção da Autarquia está muito condicionada. As receitas do Município diminuíram o ano passado em mais de cinco milhões de euros e há um conjunto de legislação que, a ser aprovada, levará a um aumento significativo das despesas. “Apesar das medidas de contenção que temos vindo a tomar, há despesas que estão a aumentar. Por exemplo, o aumento do IVA na eletricidade corresponde a um valor na ordem dos 300 mil euros/ano”.
Ainda assim, afirmou, “é preciso que façamos um esforço coletivo grande para salvar os Transportes Coletivos do Barreiro (TCB) e para mantermos a águas públicas”. E, porque nem tudo é negativo, Carlos Humberto de Carvalho referiu, a título de exemplo, que se estimam em 450 mil euros o valor das obras “que conseguimos acordar com a GALP para a Avenida das Nacionalizações, no Lavradio, que, por esta via, vai ser recuperada. E em Coina, a freguesia vai beneficiar com um conjunto de obras a realizar por parte de quem está no terreno a construir a CRIPS”.
Na opinião do Autarca este são dois bons exemplos de obras que, mesmo em tempo de crise, mas por via do diálogo e da negociação, são possíveis concretizar.
Mas outros dois casos por solucionar na Freguesia da Verderena, continuam a preocupar o Presidente. São eles o facto de as obras nas imediações da superfície comercial da Freguesia e da responsabilidade do promotor, nunca mais estarem concluídas, o mesmo acontecendo em relação ao POLIS. “A Sonae nunca mais acaba as obras que faltam, embora sejam pequenas coisas, são muitas pequenas coisas, de entre as quais a conclusão do separador central na Avenida da Liberdade, ou o miolo da rotunda, retificações na ciclovia, ou nos passeios, um sinal ou outro, etc., etc., e acabar a zona do POLIS é outras das ações que falta completar. Para além disso será necessário fazer investimento ao nível dos terrenos. Na fase presente, apenas podemos dizer que estamos a fazer contactos. Como em tudo na vida, importa não desistir”.
Por parte do público, os assuntos ou pedidos de esclarecimento foram variados e abarcaram áreas distintas da intervenção municipal.
Os temas versaram a temática das águas e eventual ‘ameaça’ de privatização, preocupação semelhante foi manifestada em relação aos TCB. Em relação a alguns terrenos desocupados na freguesia ou equipamentos como a ‘ponte do Herold’ e o antigo edifício da EDP vários foram os usos apontados para os mesmos. As questões em análise tocaram, ainda, as áreas da educação e da saúde através de um munícipe que questionou a qualidade dos pré-fabricados existentes nas escolas números 3 e 4 da Verderena e pela ‘mão’ de outra munícipe que solicitou mais informações sobre o centro de saúde previsto para a Freguesia.
Sofia Martins, Vereadora responsável pelas Obras Municipais, deu resposta a algumas das questões levantadas. Outros dos assuntos abordados, disse, “são mais pedidos de resolução. Nesse e nos outros casos, digo desde já que, se a resolução não implicar custos elevados sê-lo-ão seguramente. Apontei todas essas questões e irei ver internamente com os serviços”. Em relação, concretamente, aos pré-fabricados na Escola nº 4, Sofia Martins afirmou que os mesmos são modernos e termicamente permitem mais conforto do que aquele que existe em algumas salas de aula do plano centenário. “Temos muito boas referências sobre esses equipamentos por parte de professores e auxiliares”, disse.
Sobre a Escola nº 3, e porque os pré-fabricados existentes são já muito antigos, Sofia Martins disse que, aqui, a alternativa era outra. “Tínhamos trabalhado um Projeto (para construir uma nova escola) mas será muito difícil pois a sua concretização custa cerca de 3 milhões”.
Ana Porfírio, da Junta de Freguesia da Verderena, complementou esta informação dizendo que, ainda no verão passado “procedemos à pintura integral dos pavilhões e substituímos alguns pisos para tentar melhorar, na medida do possível, as condições de ensino”.
Ainda em relação ao setor das ‘Águas’ a Vereadora afirmou: “desde 2007 que temos trabalhado muito arduamente as questões das águas, saneamento e resíduos. A ideia expressa no nosso PGAS – Plano Geral de Águas e Saneamento é a de podermos recuperar financeiramente até 2015, fazendo apenas intervenções de manutenção para depois, a partir daí, podermos voltar a fazer novos investimentos”.
Regina Janeiro, Vereadora Responsável pela área da Intervenção Social, respondeu, a propósito da Unidade de Saúde Familiar, que a mesma tem data prevista de abertura “dentro de um mês. Foi o que nos disseram recentemente, pois as obras devem estar já concluídas e os equipamentos a chegar”. Contextualizando a importância desta ‘solução’, a Vereadora esclareceu que “ neste momento temos 20 por cento da população sem médico de família, por isso, a abertura desta Unidade virá contribuir para diminuir este número e deixar ‘respirar’ o Centro de Saúde do Bocage”.
Aproveitando mais este ‘caso’ o Presidente da CMB salientou que “a existência desta Unidade de Saúde, e o facto de estarmos atentos às necessidades da população e da Freguesia, são um bom exemplo de como as coisas podem resultar/funcionar quando vistas e articuladas em conjunto”. A terminar, Carlos Humberto de Carvalho apelou à compreensão dos presentes para os tempos que se avizinham. “Precisamos da compreensão da população para as dificuldades e por isso também precisamos de ânimo e de força para levantarmos a cabeça e continuar a lutar. Precisamos, todos de nos ajudar uns aos outros, sem esquecer que apesar das dificuldades também existem perspetivas”.
As Opções Participadas continuam hoje, 20 de janeiro, pelas 21h30, na Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense “Os Penicheiros”. Participe!
CMB 2012-01-2
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