Quando iniciámos a vida profissional como quadro técnico na Indústria Transformadora, no início dos anos 80, o sindicato da classe estava filiado na UGT.
Em cada negociação colectiva anual eram traídos os interesses dos associados pois eram assinados com o patronato/administração acordos minimalistas. Perante as regalias contratuais cerceadas, os quadros técnicos da então Quimigal votaram maioritariamente a adesão à greve na empresa pelo ACT, tripudiada por um “dirigente sindical” que sonegou o pré – aviso necessário. Tal sindicato dizia-se democrático!…
Sabíamos como e porquê tinha nascido a União Geral dos Trabalhadores – UGT. A social-democracia (o “socialismo em liberdade” de Mário Soares !…) tinha-se associado ao diabo ( grande capital!) para preservar o Sistema Capitalista.
A vida ensinou-nos que a ideologia (ou a sua suposta ausência!…), objectivamente ligada ás condições materiais segundo a filosofia marxista, tem a ver também a nível mais subjectivo, com a sensibilidade e a integridade idiossincrática de cada qual.
Conhecemos trabalhadores mal pagos que se inscreviam nos sindicatos paralelos ( os amarelos da UGT ), como também quadros técnicos que se associavam nos sindicatos operários da CGTP.
Quando em Outubro p.p. participámos numa grande manifestação em Lisboa, em que desfilámos lado a lado com sindicatos da central que tem sido a “biela – manivela” do centrão político ( PS e PSD de ideologia capitalista liberal ), sentimos a emoção de estar a viver um momento histórico.
Mas não estávamos! Como fica claro com a assinatura do Acordo “Patronal” por João Proença. Nem podemos chamar-lhe de traição, porque a UGT tem sido coerente, nunca desiludiu o fim para o qual foi criada !
O grande capital (selvagem, ultraliberal, ultramontano, como se queira) está a destruir o que o povo português conquistou com a revolução mais democrática que em Portugal houve, e a UGT diminui a capacidade de resposta organizada dos trabalhadores!
Esta ofensiva ( também na Grécia, Espanha, Itália…) pela mão da “agenda ideológica” da direita, arrogante, antidemocrática, imperialista ( entre nós travestida no PSD/CDS em salvadores da Pátria! ), está a empurrar os portugueses para a ruína generalizada, com o beneplácito ligeiramente contestatário do Partido Socialista, que ajudou a cavar o buraco onde também será enterrado ( a figura do “coveiro do diabo!”).
O papel de oportunista inveterado do senhor engenheiro João Proença, é a antítese da granda figura de sindicalista que é Manuel Carvalho da Silva, um homem coerente, sensível e integro, à frente da grande CGTP-Intersindical Nacional, tarefa que ora termina.
CGTP também ela sempre coerente e integra, onde nos associámos há quase 30 anos, até ao términos forçado da vida activa. Claro, estivemos pouco tempo no tal sindicato amarelo!
Como noutras encruzilhadas da nossa História ( até o 1º de Dezembro de 1640, quando corremos com os espanhóis, e o 5 de Outubro de 1910, quando foi derrubada a monarquia burguesa e corrupta, nos querem fazer esquecer!) ,é preciso que o País se levante contra a agressão da “entente” reaccionária.
No dia 11 de Fevereiro, no Terreiro do Paço, às 15 horas, os trabalhadores portugueses todos os trabalhadores, mesmo os que foram enganados pela UGT, darão em unidade uma resposta poderosa à política ruinosa do governo PSD/CDS.
Barreiro,27/1/12
Armando Sousa Teixeira
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