Desenvolvimento económico, emprego e acessibilidades em análise
Realizaram-se ontem, 9 de fevereiro, em Palhais as ‘Opções Participadas com a População’. Esta iniciativa municipal que visa ouvir opiniões, avaliações críticas e chamadas de atenção para os problemas da Freguesia decorreu no Grupo Recreativo e Desportivo de Palhais, na presença de cerca de duas dezenas de pessoas. Na mesa estiveram Carlos Humberto de Carvalho, Presidente da Câmara Municipal do Barreiro (CMB), a quem coube fazer o enquadramento da sessão, o Presidente da Junta de Freguesia de Palhais, Júlio Resende, e os vereadores Sofia Martins, Rui Lopo, Carlos Moreira e Nuno Santa Clara Gomes.
“O que para nós importa, é ouvir-vos”, disse logo ao início, à plateia, Carlos Humberto de Carvalho, acrescentando que “só através de um correto diagnóstico se pode fazer o tratamento adequado”. E referiu, “mesmo que não seja possível resolver todos os problemas, ficamos a saber quais são as questões que importam à população”.
Contextualizando com maior detalhe, o Presidente da CMB afirmou que o Concelho do Barreiro “está marcado por problemas de alguma gravidade” originados, em parte, pelo encerramento das fábricas. Esta realidade trouxe ao Concelho problemas de empregabilidade e dificuldades económicas. Desta forma e na opinião do Presidente, o Barreiro tem “dois problemas fundamentais que são as questões do desenvolvimento económico e do emprego, e as questões das acessibilidades”.
Da consciência destes problemas, disse Carlos Humberto de Carvalho, resultou a aposta municipal na construção da Terceira Travessia do Tejo (TTT) e restantes acessibilidades, e, como forma geradora de emprego, “apostámos no território da Quimiparque fazendo um Plano de Requalificação para esse território”.
Numa conjuntura em que os principais projetos de desenvolvimento do País, e do Concelho, parecem ter sido adiados, o Autarca reitera a sua posição. “A TTT é para nós essencial. E o seu adiamento é um problema nacional. De que nos serve (a Portugal) ser ‘a Porta Atlântica da Europa’ se não temos os corredores para chegar ao resto da casa? Da nossa parte, o que estamos a fazer é preparar o território (da Quimiparque) para que, assim que for possível avançar com a sua construção, estejam criadas as condições. Para já, a ligação direta do Barreiro ao Montijo, uma proposta da Lusoponte, também nos parece uma solução razoável mas que defendemos deverá estar associada à construção da ligação Barreiro-Seixal”.
TCB E REVITALIZAÇÃO DA ÁREA RIBEIRINHA DA FREGUESIA PREOCUPAM POPULAÇÃO
A palavra foi passada ao público e as questões levantadas, numa primeira ronda, tiveram que ver, maioritariamente, com os Transportes Coletivos do Barreiro (TCB). Em concreto, a população queria saber se o acesso ao interior da Freguesia, e daqui para Lisboa, continua garantido. A insegurança sentida aquando do atravessamento da estrada principal em Palhais foi outro dos problemas apontados, a par da necessidade, que disseram sentir, de ver intervencionada a zona ribeirinha da Freguesia que consideram ‘votada ao abandono’. Com a questão do estacionamento que disseram ‘insuficiente’ na Quinta da Hortinha, terminaram as primeiras perguntas da noite.
Os vereadores foram respondendo e esclarecendo os munícipes de acordo com as suas áreas de atuação. Assim, o Vereador Rui Lopo esclareceu que, em relação aos TCB, “o desafio que hoje enfrentam é o de continuarem a existir”. Assim sendo, o que se pede à população é a maior tolerância possível “no sentido de perceberem as dificuldades por que passamos”. Ainda assim, acrescentou que nem em Palhais, nem no resto do Concelho, estão a ser equacionadas soluções de fundo. “O que pode estar em cima da mesa é o alargamento deste ou daquele horário, mas reforçar carreiras será extraordinariamente difícil”, concluiu. Em relação à reabilitação da área ribeirinha de Palhais, Rui Lopo disse que, “numa lógica de planeamento, a nossa relação com as zonas ribeirinhas está a mudar. Devemos olhar para as nossas frentes ribeirinhas para concretizar e não para teorizar”.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO PARA O CONCELHO
Numa nova ronda, as considerações dos vários intervenientes prenderam-se com o novo tarifário da água, com o encerramento anunciado das oficinas da EMEF e com as estratégias de desenvolvimento que a Autarquia tem para o Concelho de forma a atrair investimento.
Em relação à nova estrutura tarifária da Água, Sofia Martins contextualizou que a Autarquia estudou, durante dois anos, um novo tarifário, tendo em conta que o antigo gerava receitas mas não cobria, sequer, 40 por cento dos custos e que havia necessidades claras de investir em melhorias a rede. De acordo com a Vereadora, a opção foi feita com uma consciência social muito certeira até porque “no primeiro escalão baixámos o preço da água, favorecendo todas as pessoas que na nossa opinião representam o ‘escalão social’ mas penalizámos as autarquias, por exemplo, por considerarmos que não utilizavam a água para necessidades básicas”.
Como considerações finais, Carlos Humberto de Carvalho voltou a referir que os problemas do País não se resolvem somente com cortes “é preciso, paralelamente, encontrar soluções. Assim, e perante um conjunto de medidas duríssimas para todos nós, o que é que fazemos? Temos que ir para o combate, não há outra hipótese”, disse.
A título de exemplo, partilhou com a audiência o facto de ter estado, muito recentemente, em Angola. “Não fomos passear”, disse. “O que nos moveu foi tentar trazer investimento de lá para cá. Quando os investidores vierem ter connosco devemos ser pró-ativos e resolver problemas”. Não podemos deixar de encontrar soluções que resolvam os nossos problemas. Não podemos deixar de encontrar caminhos novos para as dificuldades que vamos tendo todos os dias. Sem que seja ainda garantido, Carlos Humberto de Carvalho deixou ‘no ar’ a hipótese, de haver criação de emprego (dezenas ou centenas) na Freguesia de Palhais, numa zona muito próxima do Covelo e Pinto.
A próxima ‘Opção Participada com a População’ está marcada para sexta-feira, 17 de fevereiro, pelas 21h30, no Centro Sociocultural do Alto do Seixalinho (antiga comissão de moradores).
CMB 2012-02-14
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