Porque o projeto “OFICINA SARAMAGO” está em curso, nos concelhos do Barreiro e Moita, até Novembro de 2012, decidi, no dia da MULHER, lembrar BLIMUNDA, que talvez dissesse isto: –
Á
Mulher anónima, mulher livre,
Universo em si, fonte de vida.
Lutadora, sempre cuidando de alguém.
Havendo em ti a força da verdade,
Ergue-te das brumas que te oprimem,
Reclama o teu direito à igualdade.
Jose Saramago trata as personagens femininas de forma especial, numa critica criativa aos seus diferentes comportamentos. BLIMUNDA, a MULHER nascida do seu imaginário, em “Memorial do Convento”, estaria (hoje) com toda a certeza a comemorar o:
“8 de Março Dia Internacional da Mulher”
– Factos da história: –
No dia 8 de Março do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas para as 10 horas diárias. Estas operárias recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher”. Em 1977, as Nações Unidas proclamam o dia 8 de Março como o:- Dia Internacional dos Direitos da Mulher e da Paz.
LEMBRANDO O “MEMORIAL”:
BLIMUNDA e a sua capacidade extraordinária de “VÊR” o “mundo” que a rodeia, uma sociedade em que a riqueza faustosa de poucos, contrastava com a miséria de muitos.
A rainha Maria Ana, uma mulher triste, insatisfeita, vivendo uma espécie de casamento intermitente, alimentando o ego de fantasias sonhadas com o seu cunhado, redimindo-se dessas fraquezas através da oração, no papel de mulher submissa ao homem seu dono e aos padrões religiosos repressivos que lhe eram impostos.
A BLIMUNDA, não, é forte, inteligente, sensual, verdadeira e sem subterfúgios, genes que herdou de sua MÃE Sebastiana que, por ser uma mulher de alma forte e impoluta, foi banida para Angola.
BLIMUNDA vive liberta, não aceita regras que a escravizem enquanto SER (mulher). Pobre no TER e rica no SER, a ela e dado o direito ao AMOR, à LIBERDADE, à plenitude dos seus direitos. Vê o homem como um igual.
BLIMUNDA tem os poderes que todas as mulheres deveriam ter, os de exigir das sociedades de que fazem parte, o direito à igualdade de género.
BLIMUNDA está à frente no seu tempo e ensina-nos a ver o mundo sem máscaras nem hipocrisias e que é preciso sensibilidade e conhecimento para saber ver (os olhos não chegam para tudo ver).
Deixaria a todas as mulheres este recado: – “ É preciso vencer a cegueira vivendo intensamente. Não se submetam passivamente aos comportamentos sociais que vos são impostos. Exijam o lugar de direito que têm no MUNDO, na igualdade de género, nos direitos e deveres.
ARFER
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