Ah, o Barreiro! Que paraíso verdejante, um verdadeiro Jardim Natural onde a natureza floresce em todo o seu esplendor… e em todo o seu desmazelo, para ser mais exato. Dizem que a cidade preza a natureza, e isso é tão verdade que ela se espalha sem pudor por toda a parte: nos gloriosos jardins citadinos, que mais parecem campos de tremoços, e na tão aclamada zona ribeirinha da Alburrica, onde a “vegetação espontânea” atinge níveis de selva amazónica.

As ervinhas, coitadas, crescem e crescem, numa demonstração de resiliência sem igual. Elas substituem as plantas de jardim, a relva, as flores… mas o que importa é a natureza, certo? Afinal, para quê gastar dinheiro em jardinagem quando se pode ter uma paisagem pós-apocalíptica de graça?

Multas e Prazos: A Saga da Limpeza (ou da Não-Limpeza)

Pois é, parecia que a Câmara Municipal do Barreiro (CMB) estava prestes a sentir o peso da sua própria lei. As multas eram pesadas para quem não limpasse os seus terrenos até 31 de maio. Oh, a ironia! Será que a CMB seria multada por todo o “jardim natural” que cultiva? Mas que sorte a da nossa autarquia! O governo, em sua infinita sabedoria, prorrogou o prazo para a limpeza dos matos e ervas até 15 de junho. Mais quinze dias de glória para a natureza desenfreada! Dá que pensar se este prolongamento não foi um “presente” disfarçado para quem andava mais preocupado em vender ginja do que em limpar terrenos.

Alburrica: A Riviera do Tejo (Ainda Por Limpar)

E o que dizer da Praia da Alburrica, junto ao lendário Bar do Bento? É, sem dúvida, a mais concorrida do Barreiro. Hoje, 31 de maio, centenas de almas corajosas apanhavam sol e banhavam-se nas águas cristalinas (ou nem por isso) do Tejo. Um cenário idílico, não fosse o pequeno (grande) detalhe: ainda não há nadador-salvador nem limpeza da praia. Mas quem precisa de segurança e higiene quando se tem uma experiência tão autêntica de “natureza selvagem” à beira-rio?

Pelos vistos, o pessoal anda ocupado com feirinhas da ginja e mais não sei quê, e não tem tempo (e, sejamos honestos, se calhar nem dinheiro) para limpar as ervas e as famosas praias do Barreiro. Mas, quem se importa? Afinal, somos o Jardim Natural do Tejo, e a desorganização é apenas parte do nosso charme rústico!

JE.